sexta-feira, 7 de março de 2008

Marcha das Violetas reuniu cerca de 4 mil pessoas



Cerca de 4 mil pessoas participaram da 4ª Marcha das Violetas na tarde hoje (06-03), em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, que será no sábado (08-03). A passeata reuniu homens e mulheres de várias idades e segmentos da sociedade.



A caminhada deixou a Igreja do Rosário por volta das 16 h e seguiu pela Avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha) e Getúlio Vargas até à Praça Alencastro. Após discursos, seguiu-se um espetáculo com várias apresentações artísticas, entre elas a cantora Flor Morena.



O evento é coordenado pela Diretoria de Políticas Especiais, órgão subordinado à Vice-prefeitura de Cuiabá. Conforme a vice-prefeita Jacy Proença, o enfoque da movimentação esse ano é a Lei Maria da Penha, para que as mulheres conheçam de fato os seus direitos e possam fazer dentro de casa, contribuindo assim, para a mudança cultural necessária. "Existe certa incompreensão sobre a nova lei que na prática representa sim um avanço, pois, hoje, a reincidência da violência doméstica contra a mulher é inferior a 2%".



A deputada federal Telma de Oliveira explica que por estar num ano de eleição, as mulheres precisam ficar atentas e participar também da vida política, como vereadoras e prefeitas, porque essa é uma maneira de fortalecer a democracia. "Fico emocionada de ver que a cada dia a marcha ganha mais força, elas estão vindo para a rua reivindicar seus direitos, o que é muito saudável e positivo principalmente porque atualmente 30% delas, além de mães, são chefes de família".



Para a coordenadora da BPW, que é uma sigla internacional de mulheres de negócios e profissionais, Marilize Esteves, a existência de uma agenda única, combativa e que terá eventos o mês inteiro significa a reconstrução de uma nova identidade feminina, baseada na própria constituição brasileira. "Nossa intenção, como parceiros do poder público, é mostrar quais os direitos de homens e mulheres, no acesso à profissionalização, emprego, renda e saúde".



Entusiasmada com a caminhada, uma das integrantes do Grupo de Idosos do CPA 3, Noélia Maria Souza, 70, acredita que ainda faltam melhorias em vários setores, que continua sob o domínio masculino, mas nos últimos 20 anos houve diversos avanços. "A gente hoje já estuda, trabalha e tem condições de fazer diversas atividades que antigamente éramos proibidas, quando não era pelo pai, quem fazia isso era o marido. Vejo a vida das minhas filhas e netas, elas vivem de maneira muito diferente, mais livres e felizes".