quinta-feira, 13 de março de 2008

Irônico, Lutero diz que só abrirá contas se vereadores conseguirem criar CPI







CLÁUDIO MORAES
Da Editoria

O presidente da Câmara de Cuiabá, vereador Luteo Ponce (PMDB), é uma demonstração viva de quem acredita na impunidade da Justiça quando se trata de administrar o dinheiro público de péssima forma. Acusado de inúmeras denúncias de corrupção e ainda sob a ameaça de ter o mandato cassado pela Justiça Eleitoral, Lutero afirmou na manhã desta quinta-feira, em entrevista a uma emissora de rádio, que só prestará contas de sua gestão, caso sete dos 19 vereadores assinem um requerimento criando uma Comissão Parlamentar de Inquérito.

O requerimento apresentado pelo vereador Domingos Sávio (PMDB) propondo a CPI foi apresentado no dia 04 com seis assinaturas - Dilemário Alencar (PTB), Ivan Evangelista (PPS), Permínio Pinto (PSDB), Enelinda Scala (PT) e Lúdio Cabral (PT). Todavia, para a instalação da comissão, falta apenas uma assinatura, que dificilmente será conseguida diante do corporativismo reinante no Legislativo cuiabano.

Durante a entrevista, Lutero Ponce afirmou que, na sua gestão como presidente a partir de 2007, não houve nenhuma irregularidade. Ele cita que os problemas ocorreram na gestão anterior da Mesa Diretora, época em que ele próprio ocupava a função de primeiro-secretário, sendo condenado pelo Tribunal de Contas do Estado em ressarcir o erário público em R$ 1,9 milhão.

Segundo ele, no site da Câmara, está disponível os gastos do duodécimo mensal de R$ 1,7 milhão. "No site, está tudo as claras. Tenho prestado contas aos orgaos competentes, mas, respeito a decisão do soberano plenário, se a CPI ter sete assinaturas", disse.