sexta-feira, 18 de abril de 2008

Na tribuna, deputados criticam Percival Muniz por 'julgar e condenar' Terezinha Maggi


Na tribuna, deputados criticam Percival Muniz por 'julgar e condenar' Terezinha Maggi
A maioria dos parlamentares está revoltada com a tentativa do deputado Percival Muniz, líder do PPS na Assembléia Legislativa, de macular o trabalho da primeira-dama Terezinha Maggi, secretária de Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social (Setecs), ao acusar-lhe de manipular as bases populares. Apenas no grande expediente da sessão noturna de ontem, oito deputados estaduais se revezaram na tribuna do plenário para fazer a defesa de Terezinha e do movimento comunitário, principalmente a União Cuiabana de Associações de Moradores de Bairros (Ucamb) e a União Coxipoense (Ucam).



"O colega Percival deve ter cautela ao fazer uma acusação de tamanha gravidade contra dona Terezinha, porque, tenho certeza, trata-se de um equívoco de interpretação", argumenta o deputado Wagner Ramos, líder do PR na Assembléia. "Ele não pode julgar e condenar, antecipadamente, dona Terezinha, porque tenho absoluta certeza que nossa primeira-dama, que faz um grande trabalho na Setecs, nada tem a ver com a nota de repúdio contra Vossa Excelência", emenda Wagner.



Preocupado em evitar que novos ataques, o deputado Admir Brunetto (PT), líder do governo em exercício na Assembléia, argumenta que entidades como Ucamb e Ucam, com serviços prestados a Cuiabá e, por extensão, a Mato Grosso, merecem respeito e têm direito de se manifestar. "O deputado Percival tem de respeitar as instâncias e parar com essa estória de que tudo que acontece no Estado é culpa do governo", resume Brunetto.



Embora seja favorável ao fim do nepotismo, o deputado Alexandre César (PT) se colocou em defesa do trabalho social das primeiras-damas e das bases populares. "O movimento comunitário não é correia de transmissão. Sabemos da luta da maioria de seus líderes, sempre acompanhando e respeitando o trabalho das organizações populares", pondera ele. "O senhor, Percival, que foi prefeito, não poderia nunca atacar nem desqualificar o movimento comunitário", justifica Alexandre César.



Sem esconder um certo desalento, o deputado Sebastião Rezende (PR), defendeu o trabalho do movimento comunitário e cobrou responsabilidade antes de atacar Terezinha Maggi. "Sem dúvida, a nossa primeira-dama do Estado trabalha no marco pelo social e não manda neste ou naquele segmento organizado", reagiu Rezende.



Já o deputado Juarez Costa (PMDB) foi além. "Talvez, em pouco tempo, o colega Percival ocupe a mesma tribuna da Assembléia para se desculpar com dona Terezinha. Porque não é o emprego de secretária de Estado que lhe faz melhor ou pior, mas a vontade de trabalhar pelo social, o que faz muito bem", resume Juarez.



Defensor ferrenho do trabalho das primeiras-damas municipais, o deputado José Domingos Fraga (DEM) crê que Muniz se equivocou ao atacar os comunitários e dona Terezinha. "Ele tem de refletir e deixar que as mulheres acompanhem seus maridos [prefeitos e governadores], porque têm um feling muito mais aguçado que os homens para o trabalho social", avalia ele. Zé Domingos crê que a mulher tem mais sensibilidade que o homem para trabalhar por uma sociedade mais justa e solidária.



Zé Domingos pretende apresentar uma emenda ao projeto de Percival para que as mulheres possam continuar ao lado dos maridos, na administração pública, vedando a participação de outros parentes.



Os deputados Dilceu Dal Bosco (DEM), vice-presidente da Assembléia, e Chico Galindo, líder do PTB, também defenderam Terezinha e lamentaram que Percival Muniz tenha colocado a Setecs como 'articuladora' de reações populares.