sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Negligência em creche é o alvo de sindicância

Caroline Rodrigues Da Redação
A diretora da creche do bairro Jardim União, Marilza Vogado, vai responder uma sindicância na Secretaria Municipal de Educação pela saída de um menino de 2 anos do estabelecimento sem que nenhum dos funcionários percebesse. O responsável pela pasta, Carlos Carlão Pereira Nascimento, disse que foi realizada uma reunião entre funcionários da creche e representantes da secretaria ontem de manhã e constatou-se a negligência por parte da direção e da pessoa que cuida da sala, onde o menino ficava. A primeira audiência da sindicância será realizada hoje, às 9h30, e segundo o secretário a punição pode ser desde uma advertência até a destituição do cargo.
No período da tarde, a diretora da creche Alex Guilherme Afux da Costa foi ao Conselho Tutelar para explicar o ocorrido. Os pais do menino e as testemunhas serão ouvidas nos próximos dias. Todos os depoimentos serão encaminhados a Procuradoria da Infância e Adolescente para providências. O coordenador dos Conselhos Tutelares, Davino Arruda, disse que a instituição não tem o papel punitivo, mas faz os encaminhamentos. Ele falou também que não pode dar detalhes do depoimento porque corre em segredo e apenas a Procuradoria pode fazer comentários.
O caso foi denunciado na edição de ontem do Jornal A Gazeta. O menino foi deixado pela avó, Sueli Isabel da Silva, na creche às 7h. Ele sairia apenas às 17h. Entretanto, ele voltou para casa, sozinho, às 10h30. Depois de receber o menino, a avó foi à creche para saber o que aconteceu. No local, não encontrou a diretora que estava ausente e nem explicações de como o neto conseguiu sair. Uma das funcionárias falou que ela deveria procurar "os direitos dela".
O fato assustou os familiares porque a criança ainda não fala fluente e para chegar ao local teve que caminhar cerca de 500 metros. No caminho, passou pelo ponto final do ônibus, onde há tráfego intenso de veículos, com risco de ser atropelada. Caso alguma pessoa quisesse levá-la, não teria problemas. Era só entrar em um dos coletivos.
O bairro é considerado um dos mais perigosos de Cuiabá. Quando a reportagem foi procurar a família do menino na quarta-feira, existiam pessoas comercializando drogas nas ruas.