domingo, 9 de novembro de 2008

Asfalto, só no papelMoradores de pelo menos 2 ruas da Capital vivem a ilusão de que vias são pavimentadas, convivendo com a poeira


Rua Manoel Nunes, no Porto, consta como asfaltada para o município. Secretário diz que trecho será pavimentadoALEXANDRE APRÁEspecial para o DiárioMorar em rua sem asfalto já é um problema ‘comum’ para muitos habitantes de Cuiabá, principalmente nos bairros mais periféricos da cidade. Mas, para outros moradores que moram em bairros antigos e centralizados, o dilema histórico é ainda maior: não ter asfalto em suas ruas e saber que na prefeitura de Cuiabá a via consta como asfaltada. Esse é o caso dos moradores dos últimos 100 metros da rua Manoel Nunes, que também é conhecida como travessa do Limoeiro, no bairro Porto. O último trecho da rua, que fica entre as vias Mário Correa e Feliciano Galdino, não tem asfalto. Dona Adil Mesquita, que mora na rua desde 1974, depois da enchente que alagou o bairro Grande Terceiro, aguarda ansiosamente a chegada do pavimento. “Nós estamos aguardando. O pessoal da prefeitura disse que está previsto o asfalto pra cá”, comenta, otimista. Outro morador disse que funcionários da prefeitura já estiveram na rua para coletar amostras do solo, mas não deram prazo para o início da pavimentação. “Primeiro, falaram que iam colocar paralelepípedos, depois, disseram que ia ser asfalto mesmo”, explicou. A mesma situação é vivida pelos moradores da rua 16 do Jardim Petrópolis. Todas as vias do bairro estão pavimentadas, exceto um pequeno trecho de 200 metros que termina na avenida Carmindo de Campos. “Nós fomos lá na prefeitura e eles disseram que aqui já constava como asfaltado. Tentamos explicar que é só uma parte, mas não tivemos muito sucesso”, informou a moradora Clotildes Pereira, que mora um pouco mais acima do trecho que não recebeu o asfalto. Segundo o secretário-adjunto da Secretaria Municipal de Infra-Estrutura, Quidauguro Fonseca, que é funcionário de carreira e trabalha há 33 anos na pasta, os únicos bairros que tiveram todas as ruas asfaltados foram aqueles beneficiados pelo Projeto Cura, realizado entre os anos de 1975 a 1979, como Lixeira, Araés, Quilombo, Dom Aquino e Poção. Os outros, segundo Quidauguro, foram realizados pelas gestões municipais aleatoriamente. “Não havia planejamento de pavimentação. A maioria delas foi feita aleatoriamente”, explicou, afirmando que a prefeitura trabalha para cobrir essas deficiências. Sobre as ruas 16, do Jardim Petrópolis, e a Manoel Nunes, no Porto, o secretário-adjunto informou que a pavimentação desses dois trechos está prevista para o início do próximo ano. Ela será feita por meio de uma parceria entre o município e o governo federal, através de uma emenda parlamentar da deputada federal Thelma de Oliveira. Um levantamento feito no início de 2006 pela Secretaria Municipal de Infra-Estrutura mostra que de todas as ruas existentes oficialmente na Capital, mais de 8 milhões de metros quadrados tinham asfalto, o equivalente a 61,5% das vias. Na outra ponta, pouco mais de 5 milhões de metros quadrados ainda não haviam recebido pavimentação. Outro levantamento já está sendo feito pela Seminfe para somar o asfalto já inaugurado nos últimos dois anos.