sábado, 8 de novembro de 2008

CRIME NA CORPORAÇÃO


PM mata PM dentro do batalhão
Moiséis, o assassino, disse que a vítima, Nilson, tinha muitos inimigos e que saia com mulheres casadas e comentava com as pessoas

Vários policiais aguardaram a liberação do corpo do cabo no PSSilvana Ribas Da Redação
O cabo da Polícia Militar Moisés Alcides Santos Souza, 41, matou com 4 tiros outro cabo PM, às 8h40 de ontem. O crime aconteceu na sede do 9º Batalhão da PM, no bairro Parque Cuiabá. Sem dizer uma palavra, o criminoso chegou para o trabalho e ao se deparar com o cabo Nilson Rodrigues dos Santos, 35, sacou o revólver calibre 38, que pertence a PM, e fez os disparos. Nilson ainda foi colocado pelos colegas em uma viatura e removido às pressas para o Pronto-Socorro de Cuiabá, onde já chegou sem vida. Moisés foi preso na hora.
Segundo o comandante regional da PM em Cuiabá, coronel Osmar Lino Farias, a vítima tinha chegado pouco antes ao Batalhão, onde foi ouvido em um procedimento administrativo, pelo tenente PM Diego Fabiano Tocantins. Depois de prestar as declarações, Nilson e o tenente Diego foram até a parte externa do Batalhão, próximo ao telefone público. Ambos conversavam enquanto a documentação estava sendo imprimida para receber a assinatura dele. Foi neste instante que Moisés entrou pelo portão e, sem dizer nada, sacou da arma e matou o colega.
De acordo com Farias, em suas declarações, Moisés disse que tinha uma desavença antiga com a vítima e que não gostava dela. Acusou Nilson de emprestar dinheiro e não pagar a dívida, assegurando que ele tinha muitos inimigos e era uma pessoa de má índole. Acusou a vítima de manter relacionamentos com mulheres casadas e comentar o fato com outras pessoas. Garantiu que se não tivesse cometido o crime ontem, iria fazê-lo em outra oportunidade.
Nilson estava lotado no 1º Batalhão, no bairro do Porto e integrou a Força Nacional de Segurança durante um 1 e 7 meses. Voltou recentemente para Cuiabá. O cabo Moisés estava há duas semanas no 9º Batalhão. Integrou a equipe da Ronda Ostensiva Tático Metropolitana (Rotam).
Depois de ser ouvido por membros da Corregedoria da Polícia Militar, Moisés foi transferido para o presídio militar, em Santo Antônio de Leverger. O coronel Farias informou que o cabo será julgado pela Justiça Militar, que também vai avaliar se o policial tem condições de ser mantido na corporação. Policiais civis só foram até o Batalhão para acompanharem a perícia técnica do local.