PM flagra mais pescado de reserva
Da Reportagem
A Polícia Militar de Barra do Bugres, a 250 quilômetros de Cuiabá, apreendeu ontem mais 224 quilos de pescado, das espécies pintado, caxara, pacu e dourado. Desde que foi proibida a pesca nos rios de Mato Grosso, com o início da Piracema, a PM da região já apreendeu quase duas toneladas de pescado.
Conforme o Comandante da Guarnição Ambiental, o sargento da PM Marivaldo Marcos de Magalhães, a mercadoria foi encontrada na residência Cesar Josetti, de 27 anos, no bairro São Raimundo, próximo da Universidade de Mato Grosso (Unemat). “Recebemos a denúncia de que no local estavam sendo descarregados vários quilos de pescado. Quando chegamos lá, não havia mais ninguém, só o freezer lotado de peixe”, contou o sargento.
Segundo o policial, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) foi acionada e um boletim de ocorrência foi registrado, no qual Cesar deverá responder por crime ambiental, podendo pagar uma multa no valor que vai de R$ 700 até R$ 100 mil.
De acordo com Marivaldo, os peixes são oriundos da pesca predatória praticada dentro da reserva dos índios umutina, que comercializam as peças nas margens dos rios Paraguai e Bugres. Há anos, há denúncias de que eles vêm comercializando peixes na região.
Durante uma reunião realizada em 2001, entre a antiga Fundação de Meio Ambiente (Fema), atual Sema, oito representantes afirmaram praticar a pesca e o comércio dessas mercadorias. Entretanto, disseram que era para sobrevivência.
Conforme o sargento, essa prática ainda é comum na região. “Eu já os vi pescando de rede e vendendo os peixes para a própria população local, e para pessoas que visitam a região”, disse Marivaldo.
Segundo o policial, por ser uma área de reserva indígena, “a responsabilidade de coibir a ação predatória é da Polícia Federal (PF), do Exército ou até mesmo da Fundação Nacional do Índio (Funai)”.
A reportagem tentou contato com representante da Funai e com a assessoria da PF, mas ninguém atendeu às ligações. (DC)
