terça-feira, 5 de maio de 2009

Faltou tempo para analisar, diz Ucamb





Da Redação AGAZETA
A falta de documentos para análise sobre o aumento da tarifa do transporte coletivo de Cuiabá e a convocação de "última hora" para a reunião realizada na manhã de ontem com intuito de definir o valor máximo do reajuste foram alguns motivos para que a União Cuiabana de Associação de Moradores de Bairros (Ucamb) e Câmara Municipal se posicionassem contra o reajuste.
O presidente da Ucamb, Édio Martins, destaca que foi avisado sobre a reunião para análise e aprovação da planilha técnica no final da tarde de quinta-feira (30). "Era véspera de feriado e não havia tempo hábil para reunir os associados para discutir o assunto. Sem contar que a planilha foi entregue minutos antes da reunião. O documento tem cerca de 300 páginas. Como conseguiria analisar tudo em pouco mais de uma hora e meia, que foi o tempo de duração da reunião?".
Martins aponta ainda que considera o aumento abusivo e desnecessário em tempos de crise e desemprego. Ele entende que o valor de R$ 2,05, atualmente cobrado pelo transporte, já é bastante "pesado" para o trabalhador. "Se for para R$ 2,42, haverá um aumento ainda maior de pessoas excluídas do transporte".
O vereador Francisco Vuolo, que representou a Câmara Municipal na reunião, aponta as mesmas questões que Martins para ter votado contra o reajuste. Vuolo destaca ainda a questão orçamentária. Ele afirma que o valor previsto pela prefeitura para repassar às empresas sobre o passe-livre não são suficientes, de acordo com o que foi apresentado pela planilha técnica. E garante que a preocupação da Câmara é que a população não pague mais do que deveria pelo passe-livre. Sem saber que a liminar proposta pelo Ministério Público contra a prefeitura havia sido revogada, Vuolo comentou ainda que não entendeu o porquê da reunião para definir valores, se a prefeitura estava impedida de aumentar a tarifa.
A liminar que proibia a prefeitura de reajustar a tarifa foi derrubada no dia 28 de abril. O promotor de Cidadania e Defesa do Consumidor, Alexandre Guedes, destaca que vai recorrer da decisão. Na ação anterior, o promotor aponta falhas e irregularidades no estudo. (RF)