quinta-feira, 3 de julho de 2008

Luiz x Luis - enquanto os dois ´´coronéis´´ ficam de briguinha, o povo fica na filinha


mal-estar de longa data entre o provedor do Hospital Santa Casa de Misericórdia, Luis Felipe Sabóia, e o secretário municipal de Saúde, Luiz Soares, está causando prejuízo para os pacientes que aguardam na fila para serem atendidos. Até esta terça-feira, 119 leitos do hospital estavam vagos, sendo 62 na enfermaria infantil e 57 na adulta. Na segunda-feira, apenas uma cirurgia do SUS foi feita, enquanto a média diária chega a 40.

As explicações para a vacância são diferentes. Enquanto a diretoria da Santa Casa se diz perseguida pela Secretaria, com a existência de boicote no envio de pacientes pela Central de Regulação, Luiz Soares denuncia outra irregularidade. Segundo o secretário, o hospital estava “escolhendo” quais pacientes iria atender, dependendo do valor do procedimento. “O que era filé eles queriam, o que era osso não”, declara.

Na primeira quinzena de maio, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) enviou um ofício à Santa Casa em que cobrava a existência de 218 pacientes na fila do atendimento. Ao invés de ter agendado a cirurgia, o hospital teria “engavetado” os papéis que não seriam interessantes financeiramente.

A prática, segundo Luiz Soares, não se restringe apenas ao referido hospital, mas admite que apenas a Santa Casa foi notificada até agora para resolver a situação. A todos os conveniados ao SUS, no entanto, será dado um prazo até o dia 30 de agosto para a adequação.

A situação, conforme a direção do hospital, piorou desde o dia 24 de junho. Por causa da falta do atendimento, a partir de hoje (2) deve ser reduzida a escala de trabalho dos médicos e enfermeiros, de acordo com a demanda. Os funcionários marcaram para o meio-dia uma manifestação em frente ao hospital, denunciando o que chamam de boicote do gestor da Saúde de Cuiabá. “Enquanto isso, o Pronto-Socorro está lotado, com pacientes sem medicação, sem enfermeiros”, aponta o presidente do Sindicato dos Profissionais da Enfermagem, Dejamir Soares.

Administradora da Santa Casa, Candelária Ribeiro diz que na Central de Regulação a informação passada aos pacientes era de que o hospital estava lotado ou até mesmo fechado. “Tem gente mentindo na central de vagas”, acusa.

Divergências - Luiz Soares admite abertamente que há divergências entre ele e Sabóia. Em abril deste ano, as rusgas entre os dois voltaram a ser expostas após a Vigilância Sanitária interditar o Centro de Material Esterilizado e a lavanderia da unidade, baseada em irregularidades detectadas. Na ocasião, o provedor apontou a existência de uma dívida que ultrapassava R$ 1 milhão. A Santa Casa conquistou liminar obrigando o pagamento, que foi derrubado após a Secretaria recorrer. Após vários encontros, conforme Soares, chegou-se ao valor de R$ 135,7 mil, pago na sexta-feira.




Fonte/Autor: Da redação
3/7/2008